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sexta-feira, maio 22, 2009

Ganhando em ser otimista

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Confesso que ainda não consigo ser otimista a maior parte do tempo. Por causa dos graves problemas familiares que tenho desde a infância até hoje, aprendi logo cedo a enfrentar esses problemas com o mesmo pessimismo do meu pai, que deve ter aprendido isso com meu avô, que deve ter aprendido a ser assim com minha bisavó, etc.

Como eu nunca gostei de frequentar as casas dos outros, o único modelo de família que eu tinha era o meu, então todo aquele pessimismo, toda aquela agressão, toda aquela impaciência era a única realidade de família que eu conhecia. Aprendi que anormal era ser otimista, carinhoso e paciente, então sempre desconfiava de pessoas assim porque só havia três explicações para tantos sorrisos: eram interesseiras, desocupadas ou "fracas da cabeça" mesmo.

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Mas, graças a Deus, eu tinha a esperança de que nem tudo estava perdido e de que havia um outro jeito de enfrentar tudo isso. Assim que me formei (2006) "vazei" e fui morar em Brasília. Lá tive a oportunidade de morar com outra família e conhecer um outro modo de ver a vida, outra forma de enfrentar os problemas, outro modo de se relacionar com as pessoas, outra forma de perceber as oportunidades que a vida oferece… tudo muito diferente.

Quando descobri tudo isso e, principalmente, que os problemas que minha família enfrenta não foram causados por mim e tampouco dependem de mim para serem solucionados, não era possível eu continuar sendo o que era antes. Sabia que não seria fácil, como realmente não está sendo, mas sabia que eu não queria ser igual.

Já evolui bastante desde então, mas, graças a Deus, sou uma pessoa bastante cética e o otimismo que estou aprendendo nestes três anos não é um otimismo-bobo-alegre:

A vida é bela, então sorria.

Também não é o otimismo-holístico:

Sou feliz porque todos merecem ser felizes.

Otimismo-materialista é impossível que seja:

Tenho um carro, um apartamento, uma casa na praia… logo sou feliz.

O que eu pratico é o otimismo-eu-mereço:

Tudo vai dar certo porque eu faço tudo certo.

Apenas questão de merecimento

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Para alguns isso pode parecer egoísta, presunçoso, mas só à primeira vista. Logo depois você vai percerber que é o óbvio. Nós buscamos fazer as coisas certas para que tenhámos os resultados certos, então, se estamos fazendo tudo certo e, portanto, estamos com a "consciência tranquila", não há porque achar que tudo vai dar errado.

As forças da natureza e o acaso existem, para todos. Se em uma cidade vai ter um dilúvio, por exemplo, é certo que todos vão "se dar mal", mas pode ter certeza que alguns, que não estão fazendo o certo - morando em áreas de risco, por exemplo - vão se dar pior que os outros.

Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína. (Mateus 7, 24-27)

Outra frase que faz parte do meu novo modo otimista-eu-mereço de ver o mundo é:

Se cada um cuidasse bem de si próprio, não precisaríamos nos preocupar tanto uns com os outros.

Essa pode parecer ainda mais egoísta, mas também é apenas óbvia. Eu acredito que as três atitudes para mudar o mundo são:

  1. Estudar o suficiente para trabalhar fazendo o que gosta na maior parte do tempo.
  2. Gastar menos do que ganha.
  3. Fazer só a quantidade de filhos que consegue sustentar e educar até a idade adulta. (Não se iluda, os gastos não diminuem quando os filhos crescem!)

Parece tão simples, mas pense em que maravilha esse mundo seria se todo mundo fizesse ao menos essas três coisas! O pior é que os filhos sempre vão pagar pelos erros dos pais e assim vão levar um pouco mais de tempo para conquistar suas próprias coisas.

Eu, por exemplo, ainda estou pagando por meus pais terem estudado pouco, gastado demais e feito três filhos, muito mais do que eles conseguiram sustentar. Mas também não culpo eles por isso, sei que viver na adversidade trouxe também coisas boas para meu caráter como a resiliência e a perserverança.

Para não assumirem sua própria incompetência de não ter feito o certo na hora certa, algumas pessoas vão colocar a culpa em quem ver pela frente: no Lula, no Sílvio Santos, no Maluf, no Iris Rezende, no acaso e, o que é pior, em Deus. Gente, vocês não têm noção do que eu sinto quando ouço ou leio algum católico imcompetente colocando a culpa em Deus, o pior é que eles fazem isso de um jeito todo "bonitinho" que até dá vontade de acreditar:

Eu sei que isso é uma provação que Deus colocou na minha vida.

Quando ouço isso, ou seja, quase todo dia, eu tenho vontade de dar um tapa na cara da pessoa e dizer a verdade:

Acorda, irmão! Provação uma merda! Deus não tem nada haver com a incompetência humana. A única culpa dele nessa história foi ter dado livre-arbítrio para seres tão desinteligentes como nós.

Então, se você está fazendo o certo, fique tranquilo, que para você vai dar tudo certo porque Deus é bom, não coloca sofrimento na vida de ninguém. Os buracos em que caímos somos nós mesmos que cavamos ou são pessoas de nossa confiança que cavam para nós.  A gente planta o que colhe. Deus escreve certo, a gente é que enxerga torto. Quem planta vento colhe tempestade. Há malas que vão para Belém. Quem com ferro fere pode causar tétano no ferido. Quem planta sorrisos…

Até mais!

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