Una vez que toda la información está en la red, una vez que el conocimiento está en la red, el conocimiento codificado, pero no el conocimiento que se necesita para lo que se quiere hacer, de lo que se trata es de saber dónde está la información, cómo buscarla, cómo procesarla, cómo transformarla en conocimiento específico para lo que se quiere hacer. Esa capacidad de aprender a aprender, esa capacidad de saber qué hacer con lo que se aprende, esa capacidad es socialmente desigual y está ligada al origen social, al origen familiar, al nivel cultural, al nivel de educación. Es ahí donde está, empíricamente hablando, la divisoria digital en estos momentos.
Manuel Castells disse isso em 1999, mas parece que foi ontem. Esse parágrafo foi extraído do texto Internet y la Sociedad Red, feito para a aula inaugural do doutorado em Informação e Conhecimento da Universitat Oberta de Catalunya.
Ainda hoje a maioria das pessoas que têm acesso à internet - e assim a toda sorte de conhecimento do mundo – está perdida. Pessoas que, quando precisam buscar alguma informação específica, não sabem qual palavra-chave digitar no site de buscas. Quando o Google está fora do ar para determinados provedores (acontece bastante) dizem apenas que a internet caiu. Não diferenciam um link patrocinado de um link da busca orgânica. Não notam quando um site é malicioso e estão o tempo todo instalando vírus em seus próprios computadores. Não percebem quando um e-mail é falso ou então consideram falsos até os e-mails verdadeiros. Quando precisam citar a fonte de uma informação escrevem “Google” porque não identificam o site onde realmente está a informação.
E a incapacidade de transformar tanta informação em conhecimento está por todo o lado. Classe econômica, idade, origem social e nível de educação nem sempre garantem um cidadão com capacidade para pensar por si próprio no contexto da cibercultura. Mestres em ciência da informação de vinte e poucos anos, doutores em comunicação social de trinta e poucos, jornalistas e publicitários recém-formados que deveriam dominar a webcomunicação, mas são analfabetos digitais.
Poucos aprenderam a aprender. Autodidatismo não dá em árvore. As escolas precisam ajudar os futuros cidadãos a desenvolverem seu raciocínio lógico para que consigam se adaptar e fazer o melhor uso possível das ferramentas digitais que se atualizam o tempo todo. A tecnologia está avançando muito, mas nossa forma de pensar ainda está extremamente defasada. Pense em quanto a internet se desenvolveu nos últimos doze anos. Nós evoluímos juntos ou ainda estamos correndo atrás?
Foto: www.manuelcastells.info
"A incapacidade de transformar tanta informação em conhecimento está por todo o lado."
ResponderExcluirTransformar informação em conhecimento. Ótima síntese sobre o principal problema que afeta um dos pilares para o sucesso.