A realidade virtual tem como características uma corporeidade (percepção com caráter objetivo) simulada e um falso espaço externo físico, portanto implica uma espécie de transição entre alucinação e ilusão – ou então, uma “alucinação consensual”, para se usar a expressão cunhada por William Gibson. O espectador ou usuário aceita inicialmente o pacto da ilusão (faz-como-se o objeto fosse tridimensionalmente física) e experiência (sic) alucinatoriamente (mas de modo tecnologicamente controlado) a mediação criada pela máquina. Tudo isto transcorre na mente do espectador, enquanto seu corpo – separado, como nas experiências com drogas alucinógenas ou nas descrições esotéricas de “viagens astrais” – permanece ancorado no espaço físico. (SODRÉ, 2010, p. 143)
Muniz Sodré não é um de meus autores favoritos, ele viaja na maionese é filosófico demais. Mas mesmo assim é preciso lê-lo e relê-lo para aproveitar os parágrafos lúcidos e geniais. Esse, por exemplo, explica muita coisa. Minha aparente eterna sobriedade, por exemplo.
SODRÉ, Muniz. Antropológica do espelho: uma teoria da comunicação linear e em rede. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
Foto: Blog do Gusmão
Até mais!
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