Se lembra daquela (des)organizadora de concursos que denunciei aqui no blog, a RBO Concursos, de São Paulo? Então, a prova prática daquele concurso da Câmara Municipal de Guarulhos - que teve 1001 erros (não só na prova prática) e algumas fraudes - foi cancelado depois que uma concorrente entrou na justiça.
Dia 21 de outubro eu estava lá em Guarulhos para fazer pela segunda vez a prova prática do cargo de Apresentador de Rádio/TV e a RBO cagou de novo. Novamente teve teste de vídeo, algo que não estava previsto no edital. Só por isso mereceria um segundo cancelamento. Mas não foi só isso.
Não tinha TP desta vez. As laudas estavam justificadas, sem espaçamento adequado entre as linhas e o texto muito MAL ESCRITO, não só no que diz respeito à língua portuguesa. Sou editora de telejornalismo e sei que NUNCA NA VIDA um texto ruim daquele entraria em um estúdio: frases com dois ou mais apostos, porcentagens com três casas depois da vírgula, excesso de nomes próprios compostos em um mesmo período. Estava um LIXO.
As laudas da concorrente que entrou na justiça tinha outras coisas escritas no verso de cada página, como se tivessem impresso o texto dela em folhas de rascunho. Não sei se aconteceu com outras pessoas porque foi só com ela que tive a oportunidade de conversar depois da prova.
A equipe era a mesma da primeira prova, com excesso do garoto menor de idade que da outra vez controlava o TP. Quando cada candidato entrava, o homem (ir)responsável pelo teste fazia comentários pessoais para deixar claro que tinha marcado cada um. Para mim, por exemplo, perguntou que dia eu tinha chegado e quando fui embora me desejou boa viagem. Só na primeira prova prática eu disse que morava em Goiânia.
Para a concorrente que solicitou o cancelamento da prova, esse mesmo homem disse que o concurso tinha sido cancelado porque uma menina tinha sido “muito má” por entrar na justiça. Ela disse que fora ela quem entrara na justiça e ele aparentou constrangimento.
Agora vem a melhor parte! Se lembram que na primeira prova eles derrubaram a minha nota quando passaram para a escala correta? Agora me colocaram em penúltimo lugar só para esfregar na minha cara que “blogueira que denuncia fraude tem mais é que se lascar”:
Mais “perseguido” do que eu só outro concorrente, um dos que tiraram notas baixas. Ele contou que, no dia da primeira prova, o (ir)responsável pelo concurso elogiou o teste dele na hora, deixando-o confiante. Quando saíram as notas da prova (que posteriormente foi cancelada), o mesmo concorrente que recbeu o elogio descobriu que tinha tirado 1, em uma escala de 20. Pense em uma empresa cínica com “profissionais” igualmente…
Em tempo:
Esse concurso tinha 3 vagas para o cargo de Apresentador de Rádio/TV. Dois dos aprovados no concurso já trabalharam na Câmara Municipal de Guarulhos, o outro é ex-global.
Todos os critérios do edital - técnicas de articulações, inflexão, interpretação na leitura, respiração correta, sonoridade e volume de voz - poderiam ser testados com testes de locução e narração*. Se o edital avisasse sobre o teste de vídeo eu jamais teria me inscrito nesse concurso, estudado vários meses, gastado horrores com hotel, passagem de avião.
Agradeço à Giselle Ianson e à família dela que me oferceu hospedagem, comida, transporte (mesmo o aeroporto sendo beeeeeeeeem longe da casa dela) e ainda me esperou horas no dia da prova. Ao invés da ordem alfabética da outra prova, dessa vez fizeram sorteio: a Giselle foi a segunda a entrar e eu fiquei entre os últimos concorrentes.
Contabilidade:
- Dinheiro público: direto para a RBO, que recebeu para fazer um concurso que tinha o objetivo de efetivar pessoas já conhecidas pela Casa.
- Dinheiro dos concorrentes: ninguém vai ressarcir.
- Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência: zero.
Congresso Nacional, cadê uma lei regulamentando o funcionamento dessas empresas que (des)organizam concursos? Vai deixar a bagaça desse jeito até quando?
Bons estudos!
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