Um poema romântico, suave e fictício.
Um tiro no meio da testa
No meio da testa eu queria dar
Já que Amma e Polícias
Não querem me ajudar
O tal do som automotivo
Me irrita, me dá nos nervos
Parece mais um martelo
Machucando meu corpo inteiro
Não sinto só na cabeça
Não sinto só nos ouvidos
Minhas vísceras e ossos tremem
Com o barulho, esses zumbidos
Não consigo ver minhas séries
Ler, dormir, estudar
Não consigo fazer mesmo nada
E amanhã cedo vou trabalhar
Várias vezes pedi educada
Que diminuísse esse som tão grave
Mas fui até agredida
Pro meu sossego isso é um entrave
Tenho vários protocolos
E já registrei TCO
Mas na audiência conciliatória
O moço mentiu sem ter dó
Já contei na delegacia
Que o acordo desandou
A delegada registraria
Mas a greve ainda não acabou
Além de ter que esperar
Precisarei de testemunhas
Mas contra suposto traficante
Quase ninguém coaduna
Por isso um tiro na testa
Um tiro na testa eu queria dar
Na testa do barulhento
Para sempre o silenciar
E morte de supetão
Para o bolso também é surpresa
Para comprar o caixão
Venderiam o carro, oh, que beleza!Helen Fernanda
Qualquer semelhança com fatos reais é mera licença poética.
Imagem: caixão do Michael Jackson, que não tem nada a ver com a história. Só uma foto bonita para ilustrar tão poético post.
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