O que noto em comum entre as pessoas infelizes ou não felizes, e infelizmente conheço muitas que se autoafirmam assim, é que a maioria delas não tem hobbies. Elas têm um ou outro passatempo sem muita importância, como fazer compras ou ver vídeos de humor no YouTube, mas não têm hobbies definidos e com espaço garantido na agenda.
É claro que ter um hobby não é garantia de felicidade, já que há outros fatores mais importantes como paz e desapego, mas sem dúvida ajuda muito.
E as pessoas que não têm hobby estão com a desculpa na ponta da língua: falta tempo. Mas sugiro que guarde essa para alguma atividade chata. Hobby é prazer, qualidade de vida, descanso para o cérebro. Não é algo que mereça desculpa, merece tempo.
➳ O que é um hobby?
No meu entendimento, o hobby é uma atividade de lazer bastante prazerosa, sem pressão, sem fins remuneratórios ou lucrativos e que usa áreas do cérebro e do corpo que não usamos em nossa atividade laboral.
Em outras palavras, hobby é o nome que o adulto dá à sua brincadeira favorita.
Nada impede que um hobby se transforme em trabalho ou profissão, mas quando isso acontece, você precisa ter outro hobby.
➳ Hobby ou passatempo?
Apesar de constarem como sinônimos no dicionário, aqui no Brasil os dois termos são usados com conotações um pouco diferentes e que nos ajudam a saber do que realmente precisamos.
Usamos passatempo para nos referir a uma atividade boba, à-toa, sem propósito, que pode ser prazerosa ou não, mas serve para passar o tempo. Ver TV sem realmente estar interessado no programa, por exemplo, ainda é um passatempo muito comum no Brasil.
Já o hobby sugere um comprometimento maior com o próprio lazer. Significa que a pessoa sabe o quanto é importante ter uma atividade livre de prazos, pressões e metas desgastantes.
O passatempo você pratica porque não tem nada melhor naquele momento. O hobby tem hora garantida na agenda e você faz porque sabe que é menos saudável viver sem ele.
➳ Necessidade fisiológica não é hobby
Atividades como comer, dormir e fazer sexo nos proporcionam o prazer do alívio, mas não são hobbies. E se você acha que sim, é mais provável que na verdade tenha uma compulsão, o que não é tão saudável assim.
Lembrando a pirâmide de Maslow, os hobbies estão relacionados às nossas necessidades mais superiores: relacionamento, estima e realização pessoal.
➳ Quais são seus hobbies?
Escreva seus hobbies e tente se lembrar das sensações boas que eles provocam. São hobbies mesmo ou são passatempos bobos?
➳ Com qual regularidade você se dedica aos hobbies?
Eu recomendo ter pelo menos um hobby que você pratique diariamente, mesmo que sejam apenas 20 minutos, e outros mais caros ou elaborados que são realizados uma vez por semana ou em uma frequência ainda menor.
Ler, jogar, assistir séries e escrever para o blog são exemplos de hobbies que pratico todo dia.
Também gosto de ver filmes, cantar, nadar e essas são atividades de lazer que realizo mais esporadicamente e sem frequência definida.
Existem ainda aqueles hobbies que gosto de realizar em companhia de outras pessoas, como sambar e desafinar no karaokê, portanto não dependem apenas da minha disponibilidade de tempo.
Sugiro que verifique também quantos hobbies da sua lista dependem do tempo livre e da vontade de outras pessoas. Se forem todos, isso é caminho para a frustração. Acredito que ser feliz também tem tudo a ver com saber se divertir sozinho.
➳ Descubra novas possibilidades
Se as respostas acima deixaram você um pouco frustrado ou insatisfeito, talvez seja o momento de buscar outras atividades prazerosas que fazem bem.
Nessa hora é impossível não sugerir os clichês: livros, culinária, jardinagem, artesanato, coleção, música (ouvir, assistir, cantar, tocar, compor), escrever poesias, escrever um blog, praticar algum esporte.
Existem também aqueles hobbies que exigem mais estrutura ou investimento, como tênis, equitação, rapel e kart.
O importante é você saber que existem opções para os mais variados bolsos e gostos. Não há desculpa para ficar muito estressado ou entediado.
➳ Evolua com seus hobbies
No hobby não há obrigação ou pressão, mas isso não significa que não podemos ter metas, aprender e evoluir naquela atividade. Aliás, ter algum propósito é uma das diferenças entre um hobby e um simples passatempo.
Quem tem o hobby da leitura de livros geralmente estabelece pequenas metas como ler todas as obras de um determinado autor, todos os livros de uma série, todas as biografias sobre uma determinada pessoa, etc. É bem divertido isso e a cada etapa concluída o prazer do hobby tende a aumentar.
Aqueles que têm como hobby algum esporte também querem melhorar seu desempenho, vencer mais partidas e talvez até conquistar medalhas e troféus em categorias amadoras.
Assistir séries e filmes estrangeiros com o áudio original, além de ampliar sua visão de mundo, aumenta a sua compreensão auditiva de inglês, francês, espanhol ou outro idioma escolhido.
Ler blogs e sites em outros idiomas sobre seu assunto favorito amplia seu vocabulário e sua interpretação de texto em cada uma dessas línguas.
Jogos digitais, como Angry Birds, anagrama, buraco, sudoku, kakuro, bilhar, tetris e tantos outros fazem você exercitar diferentes áreas do cérebro.
Esses são apenas alguns exemplos. Os bons hobbies sempre nos tornam pessoas melhores porque proporcionam o prazer da conquista, nos incentivam à superação, nos ajudam a fazer amigos, aumentam nossa saúde física e mental, nos permitem não pensar em coisas desagradáveis, aumentam nossa autoestima e nos dão um poder de realização que nem sempre temos em outras áreas da vida.
Por isso repito: nunca abra mão de ter hobbies.
Até mais!
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