Fui apaixonada pelo horário brasileiro de verão até meus 25, 26 anos. Mas de quatro anos pra cá nossa relação foi se tornando hostil. Tentei salvar o relacionamento e cheguei até a defendê-lo em outubro, quando ele voltou. Só que nos últimos meses nós não conseguimos nos entender e devo confessar que ele está me fazendo muito mal. O que mudou?
Envelheci, simples assim. Não tenho mais o organismo flexível e altamente adaptável que eu tinha na adolescência e que só permaneceu assim até meus 20 e poucos anos.
Antes eu levava só um dia para me adaptar ao novo horário: o primeiro domingo. Na primeira 2ª feira já estava 100%. E como gosto de acordar antes do sol nascer e de voltar para casa antes do sol se por, eu ficava muito feliz durante o verão e seu "relógio especial".
Agora simplesmente não me adapto. Hoje é 21 de janeiro, falta um mês para o horário de verão acabar, e eu ainda sinto excesso de: ansiedade, irritação, cansaço físico, cansaço mental… os mesmos sintomas da primeira semana continuam até hoje.
E se não bastasse a "velhice", tem o aumento do calor a cada ano, o que só piora a situação de quem precisa acordar cedo. No horário "normal" e com temperatura agradável, durmo às 21h00. Mas às duas horas da madrugada de hoje eu ainda estava lutando contra a temperatura, abraçada ao ventilador. No horário normal ainda estaria muito quente, é verdade, mas pelo menos eu dormiria uma hora a mais.
Chego à conclusão de que o horário de verão serve para tornar essa estação - que já odeio - ainda mais desagradável.
Em algum momento pensei que a solução seria aumentar a duração do horário de verão para 6 meses. Mas conclui que isso só aumentaria o tempo de desconforto, já que desta vez meu organismo se recusou a aceitar a mudança. Acho que é melhor me livrar pra sempre disso.
Me juntarei aos que pressionam deputados e senadores a acabarem com o horário de verão, pelo menos aqui no Centro-Oeste. A diferença do tamanho da noite entre uma estação e outra é tão pequena que é imperceptível para a maioria de nós.
Tenho ainda esperança de que façam uma pesquisa séria sobre a economia de energia registrada durante o horário de verão brasileiro. Minha hipótese é de que ela não se deve ao horário de verão, mas sim às férias escolares e ao calor, já que a gente toma banho gelado.
Sem falar em quem tem acesso a piscina/rio/mar/lago/represa e escolhe passar o máximo de tempo que pode dentro d'água, economizando a energia elétrica que seria gasta em casa com eletrodomésticos e eletroeletrônicos.
Menos o ar-condicionado, que este ano pode até nos livrar desse horário maluco. Tem tanta gente deixando ele ligado a noite inteira nesta estação que poderemos não registrar economia de energia elétrica durante os quatro meses. Torçamos!
E com ou sem economia, que os próximos 31 dias passem voando, pelo menos psicologicamente.
Até mais!
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