Você não é o público-alvo de toda informação que chega até você.
Desde que entrei na faculdade de jornalismo (2002) noto que as pessoas estão preocupadas com o "problema" do excesso de informação, que teria sido causado principalmente pela internet. Esta semana (2016), na pós-graduação em cinema e audiovisual, voltaram a tocar nesse assunto em duas aulas de professores diferentes. Nesses catorze anos estudando comunicação e áreas afins nunca consegui ter uma opinião sobre esse "problema" porque não consigo enxergá-lo dessa forma. O problema não é o "excesso" de informação, o problema é o ser-humano achar que é o público-alvo de toda e qualquer informação disponível no mundo.
Quem trabalha com vendas, administração, marketing, comunicação, entretenimento… já está habituado ao termo público-alvo e acho que ele também precisa ser aplicado a esse mar de informações que temos aqui na internet.
Mas, para isso, temos que ter consciência de que somos indivíduos capazes de filtrar, selecionar e tomar decisões.
Antes de mergulhar na internet, vamos pensar em um ambiente que também vende informação e conhecimento, mas com opções mais limitadas: uma banca de revista. Lá estão revistas, livros, CDs e DVDs para diversos públicos: o que quer treinar inglês, o que quer aprender a tocar violão, o que quer aprender novos pontos e desenhos de crochê, o que quer saber as notícias da semana, o que quer estudar para o Enem, o que quer passar em concurso público, o que quer saber as tendências da moda, o que quer fazer palavras cruzadas, o que quer ler livros clássicos em edições de bolso… E poderíamos ficar aqui o dia inteiro listando os diversos segmentos de uma pequena banca de revista.
Tenho 31 anos, um cérebro que se interessa por coisas demais e confesso que já comprei tudo isso em banca de revista. Até a fase do crochê eu já tive. Mas nunca comprei tudo isso ao mesmo tempo. Quando eu era adolescente e estava aprendendo a tocar violão, por exemplo, eu entrava na banca e ia direto para a prateleira que tinha as revistas com cifras: Sandy & Júnior, Leandro e Leonardo, Kid Abelha, rock nacional… Mas, antes de ontem, essas publicações não me atraíram: entrei na banca e já perguntei pelas palavras cruzadas para comprar para a minha mãe: é o hobby favorito dela. Confesso que não resisti e também rodei o mostruário dos livros de bolso para ver quais eles tinham, mas logo me lembrei que tenho vários "na fila" em casa, alguns impressos e muitos outros no Kindle.
Se em uma banca de revista é melhor saber o que a gente procura antes mesmo de entrar, nesse mar aberto e relativamente barato que é a internet, o risco de um desavisado se afogar na enorme quantidade de informações é ainda maior. Mas isso geralmente acontece com quem não sabe o que está buscando.
E tudo começa com o autoconhecimento mesmo: você sabe qual é sua profissão atual, a profissão dos seus sonhos, sua área de estudo, seus hobbies, seus interesses familiares, as pendências que você precisa resolver… e é com base nesses dados que você vai usar a internet da melhor forma pra você e sua família. Tendo consciência disso, fica bem mais fácil ignorar tudo o que não nos diz respeito. A sensação de angústia diante do excesso é substituída por alívio diante daquilo que realmente nos interessa.
Para ajudar na disciplina, eu tenho um hábito: mantenho um bloco de notas e uma caneta na mesa. Antes mesmo de ligar o computador ou o tablet eu anoto o que eu preciso fazer no dia. Assim não perco de vista minhas tarefas e as priorizo em relação às possíveis distrações.
É basicamente a mesma lógica de fazer listas de compras: evito pegar/acessar o que não preciso.
Outra coisa que me ajuda muito é aquela dica que já dei várias vezes: não sigo pessoas no Facebook. Uso muito o Facebook para: publicar ideias, divulgar o blog, conversar no Messenger, interagir em alguns grupos de trabalho/estudos, mas seguir pessoas (exceto perfis/páginas profissionais) não acrescenta nada positivo à minha vida. Quando eu abro minha timeline praticamente só aparecem frases motivacionais em inglês e francês, então de certa forma uso o Facebook para treinar idiomas também.
- 4 motivos pelos quais não sigo perfis pessoais no Facebook
- 11 atividades on-line melhores do que ver a timeline do Facebook
Isso foi o início de uma reflexão. Pensar sobre o assunto é o primeiro passo para fazermos um uso mais inteligente da internet e de todas as facilidades que ela nos proporciona.
E se você chegou à conclusão de que faz parte do meu público-alvo, saiba que antes do próximo post você me encontra nas redes sociais:
- Instagram: @meutedio
Twitter: @helenfernandaSpotify: /meutedio- Telegram do blog: @meutedio
Até mais…
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