Depois que eu descobri esse conceito, tenho até dificuldade para não tocar nesse assunto. Cheguei a esse tema por causa de uma pessoa próxima que tem tendência aos pensamentos mágicos de uma forma prejudicial. Encontrei alguns vídeos sobre o assunto e mandei para a pessoa, que se identificou bastante e reconhece que tem esse viés de “raciocínio”, se é que podemos chamar autoilusão de raciocínio.
E desde que entendi o conceito, estou com a ideia fixa de que um dos piores problemas do brasileiro é ter uma tendência excessiva ao pensamento mágico. E, infelizmente, logo após eu descobrir a expressão, chegaram graves notícias que corroboraram a minha hipótese:
E ficou claro que o pensamento mágico anda de mãos dadas com o desespero:
E toda uma geração de jovens está adiando a graduação porque está endividada com apostas. A ilusão de ficar rico rapidamente ganha de um plano mais pragmático, como aprender uma profissão:
Mas eu comecei pelo exemplo, esse vídeo no Nelio Tombini fala o que realmente significa pensamento mágico:
E esse aqui do Thiago Burigatto fala sobre alguns experimentos que mostram como as pessoas se apegam às suas crenças anteriores, mesmo diante de fatos que provam o erro:
Para quem busca um contexto histórico, esse vídeo do Leo Lousada conta um pouco mais sobre as origens do pensamento mágico e como ele está intimamente ligado com as religiões e a falta de conhecimento científico:
Esse vídeo do Leandro Karnal tem uma grave contradição porque no começo ele tenta separar pensamento mágico de religião, mas ao longo do vídeo, dá exemplos de vários rituais religiosos:
O erro do Karnal foi tentar separar religião de pensamento mágico só para não chocar o público, mas a verdade é que não existe religião sem pensamento mágico.
Pelos vídeos, acredito que o conceito tenha ficado claro. E espero que também tenha compreendido que ninguém está imune a ele. Todos nós flertamos com o pensamento mágico quando:
- Praticamos qualquer religião.
- Divagamos com a realização de algo que tem probabilidade baixíssima de acontecer, como ganhar na loteria.
- Torcemos pelo nosso time pela TV, como se o fato de estarmos torcendo aumentasse a sorte do time.
- Acreditamos em astrologia, numerologia, tarô, videntes…
- Sonhamos em encontrar um grande amor sem fazer nenhum esforço para isso.
- Acreditamos que tudo vai dar certo no final, mesmo que já tenha começado errado.
Como podem ver pelos exemplos, o pensamento mágico pode ser lúdico, trazer otimismo, ajudar na socialização, aumentar a dopamina e a serotonina. Mas como tudo que é bom na dose certa, o exagero é um problema. O pensamento mágico se torna um perigo quando a pessoa:
- doa toda o dinheiro que tem para
uma igrejaum(a) líder religioso(a), acreditando que deus (ou outra divindade) vai devolver em dobro; - abre mão da própria personalidade para se adequar à doutrina de um grupo religioso ou até mesmo de uma seita não religiosa;
- gasta todo o dinheiro da formatura da turma em apostas da Lotofácil;
- acredita ter se tornado "profissional" em apostas esportivas e ainda incentiva outras pessoas a ingressarem na "profissão";
- toma decisões importantes sobre a própria vida com base no que dizem os astros, os números e as cartas;
- não percebe que a fé e o otimismo de nada valem se não tiver ações condizentes com o que deseja alcançar.
E quando alguém chega a esse ponto, o pensamento mágico impede o próprio progresso, como bem destacou o Karnal. E quando muitas pessoas são hipnotizadas pelo canto da sereia, vira um problema social, como evidenciam as notícias atuais.
Até mais!
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