Assim como eu esperava e desejava, o post Pega Ladrão foi bastante polêmico, gerando opiniões diversas. Alguns malucos até comentaram defendendo a prática de roubo de posts, mas é claro que esses comentários foram recusados. Se quiserem defender criminoso vão ter que fazer isso lá na casa da mãe.
No calor da hora eu me enganei e chamei a criatura do post em questão de plagiador, mas o nome certo para ele é pirata, o que não o torna mais ou menos honesto, continua sendo ladrão. Na verdade plágio e pirataria são dois tipos diferentes de roubar criações alheias. Vamos às definições:
Plágio
“Apresentação de imitação ou cópia de obra intelectual ou artística alheia como sendo de própria autoria”.
Fonte: Aulete
“O plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra audiovisual, etc) contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os créditos para o autor original.”
Fonte: Wikipédia
Em um blog, portanto, plágio é copiar um post inteiro que outra pessoa fez sem citar o autor original e, consequentemente, dando a entender que foi o autor do blog quem criou o mesmo.
Contrafação
“Ato ou efeito de contrafazer, de reproduzir ou imitar fraudulentamente uma coisa, em prejuízo do autor ou do inventor.”
Fonte: Priberam
Pirataria
“Ação criminosa que consiste na reprodução, uso ou venda de cópias não autorizadas de material protegido pelas leis do direito autoral.”
Fonte: Aulete
“A pirataria moderna se refere à cópia, venda ou distribuição de material sem o pagamento dos direitos autorais, de marca e ainda de propriedade intelectual e de indústria - portanto, quer pela cópia de uma obra anterior (falsificação), quer pelo uso indevido de marca ou imagem, com infração deliberada à legislação que protege a propriedade artística, intelectual, comercial e/ou industrial.”
Fonte: Wikipédia
Pelas definições fica bem claro que, semanticamente, contrafação e pirataria são sinônimos. O que muda é a legislação. Pirataria é o termo popular, mas não é o termo jurídico. A Lei 9.610/98 expressa o termo contrafação e o define como reprodução não autorizada.
Assim, quem reproduz um post inteiro sem autorização do autor citando a fonte é um contrafator, popularmente conhecido como pirata. Aliás, citar a fonte é fundamental para uma pirataria bem sucedida. Ninguém compraria um CD ou DVD pirata se o vendedor não revelasse o nome da fonte. O CD pirata é da Ivete Sangalo ou do Seu Afonso da Banca 15? É claro que tem que falar o nome da vítima para agregar valor ao produto.
Bem, isso foi só para me corrigir e argumentar contra os defensores do ladrão. Sou apenas uma jornalista curiosa, para saber mais visite um blog especializado em Direto que trás o post Direitos autorais na produção em blogs.
Sobre a covardia e seus argumentos estúpidos
Quanto a dizer que denunciar é divulgar, é óbvio, e a intenção é essa mesmo: divulgar! Mas é uma divulgação negativa e depreciante. Se alguém acha que esse tipo de divulgação pode ser entendido como algo positivo, respeito sua opinião, mas não é nisso que acredito.
Deixar de divulgar um criminoso por que isso faz publicidade gratuita, é tão estúpido e pueril quanto dizer que não podemos mostrar quais políticos são corruptos porque assim estamos fazendo propaganda gratuita para eles. Ou ainda:
“Não podemos divulgar retratos-falados de estupradores porque assim estamos fazendo propaganda gratuita para eles.”
“Não podemos dar aula de Sexologia nas escolas porque estamos incentivando a antecipação da vida sexual.”
Também não vou exagerar dizendo que o limite entre divulgar um criminoso e fazer propaganda gratuita para o mesmo é simples e fácil de ser identificado. Na faculdade de Jornalismo participamos de vários seminários e aulas sobre Ética, onde esse assunto sempre vem à tona e a verdade é que ninguém chegou e nunca vai chegar à fórmula universal e unânime sobre isso. Haja bom-senso!
Tenha uma boa reflexão!
Imagem do site Wikimedia Commons